tag:blogger.com,1999:blog-66624706973035160972024-03-05T03:13:45.559-08:00Imprecisoporque só navegar é precisoGustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comBlogger562125tag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-51169482600070859972012-08-21T07:34:00.000-07:002012-08-21T07:35:17.642-07:00Comentário sobre telas de baixa qualidade<p class="first">Quando comecei a pensar sobre Elementar, sistema tipográfico de Gustavo Ferreira, para minha coluna no LOGOBR, logo me veio a mente que este é um projeto meio datado, pois afinal as telas tem ficado cada vez melhores, aos poucos, nós, designers, já podemos nos dar ao luxo de escolher uma Garamond ou uma Scala em suas versões digitais originais, talvez sem as devidas adaptações, para nossos sites e aplicativos digitais.</p>
<p>Mas isso se limita a Apple, que sozinha tem uma grande fatia do mercado, mas é questão de tempo — se é que já não é assim — pra que a fatia maior se divida em pequenos produtos de menor qualidade baseados em Android ou Windows Mobile com telas com menor resolução em com hardware de menor qualidade.</p>
<p>O ambiente de telas de baixa resolução ainda é regra deve se manter dessa forma ainda por uns 10 anos, senão mais. A Positivo já lançou um tablet com e-paper e os e-readers, liderados pelo Kindle, são uma realidade que se utilizam de fontes feitas para o ambiente impresso em aparelhos de leitura digital. Tirando a Nokia, que encomendou uma família tipográfica para seus aparelhos e identidade visual, grande parte das outras marcas insiste em usar fontes que já estão no mercado e que supostamente “funcionam” sem questionar ou ir atrás de melhores soluções tipográficas para seus aparelhos (a Apple, cujo líder se dizia super influenciado pela caligrafia, usa a Helvetica em todo o seu iOs e a Helvetica não serve para tamanhos pequenos em uma tela LCD, as letras são muito fechadas e largas e um iPhone ou iPod não tem uma tela muito grande para se dar ao luxo de uma fonte espaçosa como a Helvetica).</p>
<p>Voltando a Elementar, apesar de parecer que a gente caminha para um mundo HD, a regra ainda é o YouTube. Existem muitos aparelhos de alta definição mas nossa banda não permite tanta qualidade. Ambientes de baixa qualidade ainda são muito comuns e vão demorar um tempo pra deixar de existir, se é que vão deixar de existir algum dia.</p>
<p>O mundo do design comemora um macbook com tela HD e vai se iludindo esquecendo que a maior parte do público ainda vai usar um netbook ou um celular da Samsung com uma tela comum com 72 a 100 dpi.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-62475053418652614802012-07-13T06:42:00.000-07:002012-08-21T07:37:57.007-07:00O breve entusiasta<p class="first">Chega o entusiasta como se tivesse descoberto o mundo e comenta sua nova radicalidade:</p>
<p>— Mano… descobri a fórmula!</p>
<p>— Que fórmula? diz o companheiro que sempre parece que não entende nada.</p>
<p>— A fórmula, velho! gesticula com seus braços a tomar o mundo. Vou usar só três famílias tipográficas! Pronto! Uma parte tensa de qualquer projeto gráfico feito por mim já está encaminhada! Só vou usar Helvetica, Caslon e Bodoni.</p>
<br>
<p>O companheiro olha pro entusiasta com cara de desinteressado. Volta a procurar o livro que estava procurando como se a afirmação dita anteriormente não fizesse nenhuma diferença. O entusiasta continua ali esperando algum tipo de reação e pro companheiro não ser completamente indeferente a nova radicalidade do entusiasta, diz:</p>
<p>— Puxa… — expressa o companheiro com uma sem-vergonha falsa animação — Mas qual Helvetica você vai usar?</p>
<p>— Como assim? pergunta o entusiasta completamente perdido com a questão.</p>
<p>— Então, já passamos de 2000, vivemos a era digital, ficou relativamente fácil desenhar novas fontes. A cada ano uma nova foundry decide trazer a sua nova, e revolucionária, Helvetica. A mais usada por aí, que vem em quase todos os computadores, é da Linotype, mas tem também uma versão da Font Bureau, uma releitura da Dalton Maag, e, dependendo do seu grau de informação, até a Arial pode ser uma Helvetica. Mais do que famílias tipográficas, essas famílias que você escolheu são, sozinhas, quase um estilo de desenho que vem sendo explorado exorbitadamente na tipografia digital. Esses nomes sozinhos não são uma decisão de projeto, entende?</p>
<br>
<p>O entusiasta olha meio boquiaberto pro companheiro tentando responder algo, obviamente não consegue.</p><p>O companheiro termina:</p>
<p>— Pensa aí; se precisar de ajuda me avisa.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-80342339700542082122012-06-26T05:09:00.000-07:002012-08-21T07:37:52.345-07:00Sobre o consumo de fontes<p class="intro">Jürg Lehni, designer e programador, em um <a href="http://www.typotheque.com/articles/typeface_as_programme">ensaio</a> que analisa a evolução da tecnologia tipográfica e natureza digital das fontes, questiona a forma como fontes são vendidas e definidas no tempo digital.</p><br />
<br />
<p class="first">Uma fonte não era uma ferramenta completa e independente em si, mas parte de um processo baseado em ferramentas o qual, sem essas, não seria possível. Partindo da sua natureza física na época [dos tipos móveis], é imaginável que fontes perseverariam como ferramentas. Ao mesmo tempo poderiam ser vistas como um trabalho artístico desenhado por um tipógrafo e executado por um puncionista*. Hoje, fontes digitais são legalmente definidas como software, outra vez a contrapartida digital de uma ferramenta. Isso tem vastas consequências para o modo como fontes são distribuídas e vendidas e no modo como type designers estão ganhando seu dinheiro, até porque os esquemas de licenseamento são similares aos achados em softwares; o Acordo Final da Licensa de Uso (EULA†) dá ao usuário o direito de instalá-las em um determinado número de computadores dentro de um mesmo domicílio ou escritório, o grau de uso de uma mesma fonte não tem impacto no preço, assim que o usuário comprou a licensa ele tem o direito de uso dentro dos limites definidos e pode usar a fonte como ferramenta do jeito que quiser, desde que não infrinja as regras do acordo.</p><br />
<p>Isso pode levar a situações absurdas, por exemplo, quando em algumas situações, um grande jornal poderá pagar a mesma quantia por uma fonte que é impressa em milhares ou até milhões de edições diárias do que um pequeno escritório de design gráfico que usa a fonte uma vez só para um único trabalho de um cliente. Os dois compraram o direito de usar a fonte como ferramenta para o que precisassem, e o trabalho criativo do tipo é deixado de lado.</p><br />
<p>Enquanto existem fundidoras que criaram acordos complicados para casos especiais como esse, o problema básico de uso desigual continua e é criticado por muitos type designers: o fato que o trabalho criativo não é levado em conta na definição como ferramenta, ignorando o fato que um tipo também é um trabalho artístico.</p><br />
<p class="intro">O ensaio é complementado com entrevistas bem interessantes com <a href="http://www.typotheque.com/site/article.php?id=171">Erik Spiekermann</a>, <a href="http://www.typotheque.com/site/article.php?id=170">Peter Bilak</a> e <a href="http://www.typotheque.com/site/article.php?id=172">Dimitri Bruni</a>. Na entrevista com Spiekermann, Lehni questiona como fontes são encaradas digitalmente e coloca o porquê das fontes serem vendidas da forma como são:</p><br />
<p>Claro que seria melhor para type designers e fundidoras, porque as licensas das fontes seriam contatadas baseado na distribuição da mídia em questão; mas quem controlaria isso? Quando rádios tocam música, eles listam cada música que foi tocada e mandam essas listas para associações que controlam esse uso. […] Como isso funcionaria no impresso? Talvez funcionaria pra livros e jornais, mas até aí isso ia requerer uma burocracia excessiva. Para ser justo, a quantidade de texto teria que ser contado precisamente, de outra forma o type designer cuja fonte é usada em um título receberia o mesmo valor que o type designer que vendeu a fonte para o texto das notícias do jornal, usada para diagramar milhões de caracteres por jornal. Com música, músicas mais longas pagam mais que músicas mais curtas, mas em rádio e TV normalmente só toca uma música de cada vez e assim, a quantidade é facilmente medida.</p><br />
<p>Mas se olharmos pra fontes embedadas em sites, poderíamos ter um jeito viável de cobrar licensas baseado na medida automatica do uso de fontes em uma página. […] A web oferece a possibilidade do registro e do cálculo de uso de fontes por visitantes, como usado por exemplo pelo Google como forma de administrar anúncios. Mas eu duvido que esses modelos terão sucesso no setor de type, sendo que fontes se degeneraram em uma mercadoria onipresente e barata. Eu, então, não tenho a expectativa que alguém esteja disposto a abandonar o modelo atual.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-63259088655920524442012-06-11T11:06:00.001-07:002012-08-21T07:37:41.559-07:00Os perigos da Amazon<p class="first">No que diz respeito a literatura e leitura, esse aumento da desumanização do espaço da informação aponta para a questão chave articulada pelo professor de estudos da informação Philip Agre: “Uma biblioteca digital é uma máquina ou uma instituição?” O que a Barnes & Noble* disse sobre o negócio original de venda de livros da Amazon é verdade na sua atual encarnação: Amazon não é uma loja de livros, mas sim um banco de dados, um vasto, desconhecido sistema, não muito diferente da Internet em si. E provavelmente é isso que o o ecosistema da Amazon e do Kindle melhor representam, uma Internet para os indiferentes; grande o bastante para aparecer imparcial e sem ameaça, controlada o bastante para não quebrar e não espantar os cavalos. Se o Kindle restringe seu conteúdo ao que é aprovado pela Amazon — e restringe mesmo — e se enclausura a experiência de leitura e reinvidica seus <em>highlights</em> e seus <em>bookmarks</em> † — e faz isso mesmo — é perdoável em troca do aparente acesso a todos os livros, agora, imediatamente e para sempre? Até onde estamos preparados para ter nossa experiência cultural mediado ou até controlado pela tecnologia? A resposta, a cada dia aponta mais, e o Kindle, para melhor ou para pior, é a ferramenta que nós escolhemos para negociar por nós. </p><br />
<p class="small">Trecho do artigo <a href="http://www.domusweb.it/en/design/from-books-to-infrastructure/">From Books to Infrastructure</a>, de James Bridle.</p><br />
* Em 1997 a Barnes & Noble entrou com um processo contra a Amazon afirmando que <em>[Amazon] não é uma loja de livros, é “falidora” de livros ([It] isn't a bookstore at all. It's a book broker).</em><br />
<br />
† Dentro do Kindle você tem a opção de favoritar (<em>bookmarks</em>) e sublinhar (<em>highlight</em>) alguns trechos dos livros.Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-61422200921818190772012-06-08T06:28:00.000-07:002012-08-21T07:57:26.267-07:00Uma singela homenagem a Ray Bradburry<p class="first"><em>A carta abaixo é de Ray Bradburry e foi <a href="http://blogdoims.uol.com.br/ims/a-maneira-perfeita-de-ser-criativo/">traduzida pelo IMS</a> do <a href="http://www.lettersofnote.com/2012/06/all-of-my-friends-were-on-shelves-above.html">Letter of Notes</a>. A carta fala do processo da pequena novela que inspiraria uma das obras primas de Bradburry, Farenheit 451 que explica a imagem desse post.</p><p>Bradburry morreu nessa quarta-feira, e esse post é uma singela homenagem.</em></p><br />
<p><img src="http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/wp-content/uploads/2012/06/raybradbury-kindle-fire.jpg" alt=""></p><br />
<p class="first">15 de setembro de 2006</p><br />
<p class="first">Prezada Shawna Thorup:</p><br />
<p class="first">Fico feliz de saber que vocês estão celebrando o meu livro Fahrenheit 451. Acho que vocês vão gostar de saber como escrevi a primeira versão, que tinha 25 mil palavras e foi publicado em uma revista.</p><br />
<p>Eu precisava de um escritório e estava sem dinheiro para isso. Então, certo dia, eu estava caminhando pela U.C.L.A. e escutei alguém datilografando no porão da biblioteca. Descobri que havia uma sala de datilografia onde você podia alugar uma máquina de escrever por meia hora a dez centavos de dólar. Me mudei para a sala de datilografia junto com um bando de estudantes e um saco cheio de moedas – um total de US$ 9,80, dinheiro que gastei na criação da versão de 25 mil palavras de “O Bombeiro” em nove dias. Como pude escrever tantas palavras tão rapidamente? Foi por causa da biblioteca. Todos os meus amigos e pessoas queridas se encontravam nas estantes acima de mim, e berravam e gritavam para que eu fosse criativo. Então, subi e desci as escadas, procurando livros e citações para colocar em minha novela do “Bombeiro”. Vocês podem imaginar como foi emocionante escrever um livro sobre queima de livros na presença de centenas dos meus queridos nas estantes. Era a maneira perfeita de ser criativo; é isso o que uma biblioteca faz.</p><br />
<p>Espero que vocês gostem de ler o resultado de minha paixão. O livro ficou maior alguns anos depois, e se tornou popular, graças a Deus, entre muitas pessoas.<br />
Desejo-lhes tudo de bom.</p><p>(assinatura)</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-4373157122989548652012-03-22T10:00:00.014-07:002012-08-21T07:57:03.872-07:00Tipografia é arte?<p class="first">Tipografia é arte? Isso é como perguntar se fotografia é uma arte. Certamente existem fotógrafos e tipógrafos cujas ideias e técnicas elevam seu trabalho ao nível da arte. Mas em seu próprio cerne fotografia e tipografia se portam com uma função utilitária. O componente estético é separado. Sendo um tipógrafo efetivo é mais sobre habilidades do que bom gosto.</p><p class="por">Matthew Butterick em seu texto <a href="http://www.typographyforlawyers.com/?page_id=1300">O que é tipografia.</a><br />
Não concordo com a explicação dele sobre o que é tipografia, porém esse parágrafo que fecha o texto traz uma questão muito interessante sobre o papel do tipógrafo e de qualquer profissional que trabalha com criatividade.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-34440973470232585002012-03-19T10:00:00.003-07:002012-08-21T07:57:35.893-07:00Nazismo light<p class="first">Uma das poucas coisas boas do capitalismo é que ele coopera para a diversidade, os diferentes e as diferenças se encontram e meio que se encontram por acaso, como se esse encontro fosse natural, as vezes até óbvio. Em contrapartida a essa diversidade surge um movimento de preservação social onde é melhor não se misturar as coisas. Esse movimento não é feito por anti-capitalistas ou comunistas comedores de criancinhas, é regido e planejado pelos maiores beneficiados do capitalismo, daqueles poucos escolhidos que costumamos chamar de maioria.</p>
<p>Disso surgem coisas como UPPs desnecessárias que ultrapassam o Rio de Janeiro, limpeza geral de bairros já estabelecidos e polícia em tudo quanto é lugar pra deixar a população bem segura. É aquele negócio, quero o fim da violência, desde que isso não custe nada pra mim, desde que eu não tenha que conviver com esses que supostamente geram a violência — as minorias. Existe até uma certa resistência pra que essa minorias não subam demais na escala social e se tornem meus vizinhos.</p>
<p>De certa forma, existe um modelo que é o ideal, ele tem suas variáveis, mas pouco muda dele se comparado com o ideal do führer alemão (se você não consegue enxergar esse modelo compare os galãs das novelas e dos filmes, compare o estereótipo dos grandes empresários do nosso tempo, dos banqueiros e daqueles homens que foram entrevistados no filme Inside Job, os homens que controlam a economia, os políticos do mundo afora, e por favor não se atenha as exceções, pra tudo existem exceções, é provável que o próprio führer seja uma dessas exceções, e pra se fazer um modelo de algo você não conta as exceções, você faz o modelo!). Como o próprio nome já diz, é o modelo que deve ser seguido e todos devem se adequar a ele, seja por maquiagem, alisamento e escova, vestimenta, plástica e as vezes até despigmentação.</p>
<p>A diferença entre o agora e como foi no passado, e é essa diferença que torna esse nazismo capitalista light, é que não existem mais campos de concentração; na verdade trocamos eles por guetos 2.0 onde essas pessoas só saem para servir a maioria (se bem que entrar atirando pra matar em uma favela ou em uma cadeia, ou expulsar as pessoas de onde elas moram há uns 10 anos só porque quando essas pessoas se mudaram praquele lugar esse lugar pertencia a outra pessoa não me parece menos cruel que um campo de concentração, mas como sempre, quem sou eu…). No fim das contas existe essa força invisível que faz de tudo pra manter as coisas como estão pra que ninguém invente de trazer mudanças — mesmo que, muito provavelmente, essas mudanças sejam boas para todos.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-51538960480531650942012-03-15T07:29:00.001-07:002012-03-15T07:29:52.159-07:00Tres Tres Chic<p>Tres Tres Chic é um projeto tipográfico coletivo trazido pela <a href="http://dootype.com.br">DooType</a> (Eduílson Coan) e pela <a href="http://www.firmorama.com/">Firmorama</a>, escritório de design de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, quase aqui do lado.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/145/0/74721.jpg" width="650px"></p>
<p>Tres Tres Chic é uma fonte para títulos e com formas bem características. É construída a partir de um modelo bem geométrico com letras bem abertas exigindo um bom espaço para suas aplicações. Seu traço é bem fino, trazendo elegância e feminilidade. As serifas que se apresentam em algumas letras reforçam ainda mais as formas e a elegância das letras.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/145/0/74726.png" width="650px"></p>
<p>As formas com alta dose de personalidade dos caracteres fazem com que a fonte não necessariamente precise de um texto para funcionar, como as próprias imagens mostram, seu desenho tem impacto o bastante para não precisarem de texto e mesmo assim apresentar um apelo estético muito interessante. O nome da fonte e os exemplos de aplicação me lembram muito revistas de moda, tem bem aquela carinha de designer e cai bem enquanto tudo o que é hype anda relendo a estética dos anos 80.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/145/0/74728.jpg" width="650px"></p>
<p>A fonte é toda capitular, porém possui small caps (versaletes) se necessário um certo grau de contraste entre maiúsculas e minúsculas.</p>
<p>Possui também <em>Contextual Alternates</em> que preenchem algumas letras para dar um peso mais forte no texto e <em>Stylistic Alternates</em> que colocam umas firulas bem interessantes nas letras.</p>
<br />
<p>As fontes estão a venda no <a href="http://www.myfonts.com/fonts/dootype/tres-tres-chic/">Myfonts.</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-37590669764581952312012-03-12T10:00:00.002-07:002012-03-13T13:59:14.372-07:00Historieta da Futura<p><img src="http://farm2.staticflickr.com/1350/537819750_e549f7a88c_z.jpg?zz=1" /></p>
<p>No verão de 1924 Siegfried Buchenau, o fundador do jornal de bibliógrafos, <em>Imprimatur</em>, levou Jakob Hegner para visitar Renner no seu estúdio em Munique. Hegner, que comandava uma editora e uma gráfica em Hellerau perto de Dresden, era um novo campeão de tipografia romana na Alemanha para a publicação de literatura moderna. Hegner procurava um designer para um tipo moderno e intimou Renner para o projeto. Hegner acreditava que só um ilustrador poderia carregar essa empreitada, tinha receio que ‘os grandes mestres da arte de escrever poderiam abordar essa tarefa com muito preconceito’. No próximo dia Renner desenhou muitas versões das palavras ‘Die Schrift unserer Zeit’ (o tipo do nosso tempo), as quais Renner sugeriu serem palavras que Hegner usou para ele. Buchenau e Hegner gostaram da versão que mais tarde seria Futura, Renner rapidamente forneceu os outros caracteres — desenhados em papel para desenho azul — e mandou para Hegner. Renner não ouviu nada de seus desenhos por meses e pediu-os de volta. Mandou os desenhos para um ex-aluno seu, Heinrich Jost, consultor de arte na Bauer fundidora de tipos em Frankfurt, que mostrou os desenhos pro dono da fundidora, Georg Hartmann. Hartmann ficou entusiasmado com o desenho e uma longa colaboração começou com a manufatura imediata de um tamanho de teste no inverno de 1924-25.</p>
<p>Renner especificamente datou seus desenhos e os tipos de teste em uma palestra de 1947, quando ele começou a sentir que muitos tipos similares estavam sendo lançados quase que simultaneamente a Futura no final de 1927: por exemplo Kabel de Rudolf Koch (Klingspor), Neuzeit-Grotesk e Elegant-Grotesk (as duas pela Stempel). Erbar-Grotesk (Ludwig & Mayer), que é muito similar nas formas das capitulares a Futura, foi lançada em 1926, antes da Futura, ainda que Renner reclamou que também essa se inspirou fortemente em seu desenho, que já havia sido publicado antes em 1925. Mais tarde Renner reivindica, sem saber quanto tempo demorava para fazer uma fonte, que, ‘sem pensar’, mostrou slides das primeiras provas dos testes em palestras durante 1925, e ‘disse para todo o mundo o que me levou a essa nova forma tipográfica’. Renner explicou a demorada gênese da Futura (do fim de 1924 até o começo de 1928) como resultado da sua colaboração com Georg Hartmann na Bauer, cujos padrões de excelência batiam com os de Renner. O tipo poderia ter ficado pronto antes, mas Renner e Hartmann não estavam contentes até que muitas versões teste fossem rejeitadas no interesse de atingir as sutis características de desenho que dessem a aparência de verdadeiras letras geométricas.</p>
<p class="por">por <a href="Ricardo Locco">Ricardo Locco</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-56697888039624237282012-03-08T05:21:00.001-08:002012-03-08T05:22:38.648-08:00Caturrita<p>Caturrita é uma família tipográfica desenhada por Bruno Mello que se divide em três micro famílias, Caturrita, Caturrita Extra e Caturrita Display.
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/143/0/73485.png" alt="" width="650px"></p>
<p>A família é voltada pra textos que exigem uma certa personalidade. Possui serifas leves, porém não necessariamente pode ser caracterizada como uma serifada ou sem-serifa. Como é temperada com vários detalhes essa família exige um certo cuidado pra ser usada em textos, precisa de um espaço generoso e, da minha análise, não funciona em tamanho menor que uns 14 pt, além de exigir uma impressão de qualidade no minímo boa.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/127/0/65350.png" alt="" width="650px"></p>
<p>O desenho da Caturrita tem um forte aspecto caligráfico que se espalha por todas as versões. O contraste da fonte não é pesado mas é respeitável (sendo muito mais protuberante na versão display). A junção desse contraste respeitável mais a leveza das serifas faz com que fonte pareça amigável e simpática. Os pesos Medium e Bold da versão Extra tem uma firmeza bem interessante devido ao leve fechamento do engrossamento do traço em contraponto com certa irreverência que essa família tipográfica carrega.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/143/0/73488.png" alt="" width="650px"></p>
<p>A Caturrita Extra possui uma boa dose de ligaturas e caracteres alternativos; possui também algarismos alinhados e de texto (<em>oldstyle</em>). A Caturrita Extra, como o próprio Bruno Mello me explicou por email, “nasceu de uma remodulação de quase todo o mapa de caracteres da Caturrita, desde os numerais, alguns acentos, toda a caixa alta e todas as ligaturas”, e, como no olhar do autor os detalhes saltam muito mais aos olhos, Mello lançou uma nova versão melhorada da Caturrita.</p>
<p>Caturrita Extra possui quatro pesos: Light, Regular, Medium e Bold e, devido ao seu desenho característico, pode também ser usada em títulos.</p>
<p><img src="http://cdn.myfonts.net/s/aw/720x360/143/0/73493.png" alt="" width="650px"></p>
<p>Porém, se seus títulos exigem uma diferenciação um pouco mais respeitável, Caturrita traz a versão Display como solução dos seus problemas. Como é de praxe, seu contraste é muito mais exagerado — tirando o peso Thin, cuja proposta em si limita o contraste. Aqui as serifas são bem mais pronunciadas e, devido ao contraste, os caracteres são mais fechados e com isso ela ganha um pouco mais de charme.</p>
<p>Caturrita Display possui cinco pesos pesos: Thin, Light, Regular, Medium e Bold.</p>
<br />
<p>As fontes estão a venda no Myfonts:<br />
<a href="http://www.myfonts.com/fonts/armasen/caturrita/">Caturrita</a> (a caturrita Extra é uma melhora da Caturrita, então minha sugestão, é comprar direto a versão Extra que possui um melhora sensível no desenho).<br />
<a href="http://www.myfonts.com/fonts/armasen/caturrita-extra/">Caturrita Extra</a><br />
<a href="http://www.myfonts.com/fonts/armasen/caturrita-display/">Caturrita Display</a></p>
<br />
<p>As imagens foram tiradas do MyFonts<br />
Agradeço ao Bruno Mello pelos esclarecimentos via email.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-19798943718190275052012-03-07T06:42:00.001-08:002012-03-07T06:53:34.232-08:00A incrível estratégia do Super-homem<p>Quem sabe, isso pode até ter uma aplicação de branding…</p>
<p>O Super-homem, como já dizia Bill, personagem de Kill Bill, é um super-herói diferente pois ele é o único que quando se veste de super herói tira sua fantasia. Sua máscara, na verdade, é a de Clark Kent, junto com os óculos vem toda uma personalidade meio babaca que não sabe o que falar, é sempre meio desastrado e vive de babar para sua chefe gostosona que só conquista quando assume sua real personalidade de Super-homem. Já vi muita gente criticar que aqueles óculos não seriam capazes de esconder a identidade de um cara como o super-homem, porém não são só os óculos que fazem o disfarce do Super-homem, um disfarce não é só estética, é um jeito de ser e de se portar que escondem o Super-homem, nunca que um cara que mal consegue conversar com uma mulher pode ter a capacidade de conseguir salvar o mundo de gente tão engenhosa como Lex Luthor.</p>
<p>Se caso ainda não tenha pego o click, aqui vem a galinha dos ovos de ouro. A surpresa é muito mais efetiva que o óbvio, talvez criar algo que surpreenda, mas que pareça babaca, desajeitado e desengonçado e que quando você experimenta logo se apresenta como digno de sucesso e de recomendação a todas as pessoas que você conhece, ao contrário de todo o resto que parece excelente mas no fim das contas é o mesmo que tudo que vemos por aí, me parece muito mais efeciente.</p>
<p>Agora, o difícil é convencer alguém a pagar a conta por isso, mas esse é outro problema…</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-58845233951439689812012-02-29T10:59:00.000-08:002012-02-29T10:59:00.578-08:00A elegância das coisas velhas<p>Nós como designers lutamos por soluções que sejam elegantes, então, o que é tão interessante nesta história, é como ela parece sugerir que a solução mais elegante, em algumas cituações, não deve ser criar algo novo. A iluminação está para ser achada na substituição ou recomposição, não pelo caminho da adição.</p>
<p class="por">por <a href="http://www.frankchimero.com/writing/2011/elegance-lightness-nothing/">Frank Chimero</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-66667469597483853292012-01-31T05:50:00.000-08:002012-01-31T05:50:25.516-08:00Dois problemas<p>Tem dois problemas para type design e tipografia acontecendo. O primeiro, enquanto tem altos Baixos<sup>1</sup> , temos que olhar para a massa perdida que pega seus smartphones ou qualquer aparelho similar e faz a sua própria “comunicação tipográfica”. Precisamos de programas (…) que façam mais que ordenar linhas de texto (tipos), mas que verdadeiramente ajude as pessoas na composição e no lay-out. MS Word, por exemplo, ainda começa com uma página padrão com meia polegada de margem dos dois lados e uma fonte muito pequena. Temos a mesma coisa na web — colunas muito largas que são ilegíveis.
<p>Segundo, temos que lutar por altos mais Altos<sup>1</sup>. Como vimos no design de revistas e sites, se o comum aumenta a qualidade, o melhor design tem que ser mais adequado, mais limpo e mais profissional. Ele tem que mandar a bola lá pra fora do estádio<sup>2</sup>.
<p class="por"><a href="http://rogerblack.com/blog/post/confessions_of_a_font_judge">Roger Black</a>
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<p>1 — Não achei melhor tradução pra essas expressões, mas é um joguinho com altos e baixos, <em>highs and lows</em>
<p>2 — Metáfora com o baseballGustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-53933474639176548752012-01-10T10:06:00.000-08:002012-01-10T10:06:42.491-08:00Padrões que reforçam<img src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/Holbein-ambassadors.jpg" alt="" width="500px">
<p>Olhando pra arte, a primeira impressão da pintura <em>The Ambassadors</em> de Hans Holbeins mostra um senso do todo: dois homens da aristocracia vestidos com roupas renascentistas se apoiando em uma prateleira como se fossem duas portas de um armário. Mas quando o espectador lê o resto da imagem, meta-histórias de partes de um todo se desdobram: um crucifixo cinza, instrumentos científicos, o alaúde com a corda quebrada e o famoso crânio desenhado em uma perspectiva anamórfica. Quando isso se aplica a comunicação contemporânea, padrões permitem você responder para seus clientes como parte da marca.</p>
<p class="por">por <a href="http://www.fastcodesign.com/1664145/branding-is-about-creating-patterns-not-repeating-messages">Marc Shillum</a>. Nesse texto ele defenda a ideia de criar padrões variáveis ao invés de repetições, marcas são mais que símbolos gráficos, pequenas ideias são mais valorosas e adaptáveis que tratamentos visuais.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-84943322869730421252012-01-05T10:00:00.000-08:002012-01-05T10:00:06.372-08:00Sobre modelos de si mesmo<p>No documentário abaixo, Siba fala da mudança da rabeca pra guitarra, da reinvenção do seu próprio personagem, do novo universo que consegue ao mudar de instrumento. De certa forma a simples mudança do mouse pra caneta faz com que novas coisas apareçam. Como dito em <a href="http://viverimpreciso.blogspot.com/2012/01/arrisque.html">outro vídeo</a>, sair da zona de conforto é essencial para achar novas soluções.</p>
<br />
<iframe src="http://player.vimeo.com/video/32851935?title=0&byline=0&portrait=0&color=9e1c20" width="500" height="281" frameborder="0" webkitAllowFullScreen mozallowfullscreen allowFullScreen></iframe><p><a href="http://vimeo.com/32851935">"Siba - Nos Balés da Tormenta"</a> from <a href="http://vimeo.com/doblechapa">DobleChapa</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-73579385811016652422012-01-04T03:06:00.000-08:002012-01-04T08:10:37.166-08:00Arrisque<iframe src="http://player.vimeo.com/video/33674541?title=0&byline=0&portrait=0&color=9e1c20" width="500" height="281" frameborder="0" webkitAllowFullScreen mozallowfullscreen allowFullScreen></iframe><p><a href="http://vimeo.com/33674541">What We Learned - 2011</a> from <a href="http://vimeo.com/legworkstudio">LEGWORK</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-76455371002462788872011-12-30T06:08:00.000-08:002012-01-05T04:36:46.704-08:00Melhor da música que embalou a Quitanda em 2011<p>Final de ano, vejo várias listas <a href="http://oesquema.com.br/bateestaca/2011/12/29/retrospectiva-2011-as-musicas-de-2011/">de</a> <a href="http://www.guardian.co.uk/music/musicblog/2011/dec/19/best-songs-2011">melhores</a> <a href="http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/tag/as-75-melhores-musicas-de-2011">músicas</a> e melhores albuns por aí. Seguindo a onda resolvi reunir alguns discos que valem a pena serem ouvidos.</p>
<p>Meu único critério objetivo pra lista abaixo é que o download é grátis e o artista é brasileiro. Sublinho que no ano de 2011 a safra músical com download grátis foi vasta, não raro algo fantástico foi lançado pelo imensurável valor de um clique (o site pra download está linkados no nome do artista e do álbum).</p>
<p>A lista era maior, mas resolvi cortar só pros campeões, mesmo. Aí vai:</p>
<h3><a href="http://guiamabis.com/">Amabis · Memórias Luso/Africanas</a></h3>
<p>Gui Amabis faz muita trilha sonora pra filmes que nunca vi, e ele traz esse jeitão pro disco que de solo não tem nada. A atmosfera cinematográfica é regada por gente de alto escalão da música alterntiva brasileira. Nos vocais Criolo, Tulipa, Céu e Lucas Santanna narram as cenas, enquanto Dengue, Curumin, Regis Damasceno e outros — além do próprio Amabis, obiviamente — dão a vez nas texturas musicais desse disco fenomenal.</p>
<h3><a href="http://www.apanhadorso.com/">Apanhador só · Acústico-sucateiro</a></h3>
<p>Um disco pop que caminha por diversas linhas, de roquezinhos, sambas deliciosos e até funk carioca, Apanhador só consegue fazer uma música gostosa de se ouvir sem perder a originalidade. Pop nem sempre é obviedade e esses gaúchos consegue caminhar por uns caminhos interessantes nesse disco quase desplugado.</p>
<h3><a href="http://bixiga70.com/">Bixiga 70</a></h3>
<p>Banda instrumental de São Paulo que faz um afrobeat de primeira.
Afrobeat é um ritmo que mistura funk com música africana, inventado pelo Fela Kuti na década de 70 e que foi redescoberto nos anos 2000, e, como no Brasil a gente já tem uma certa malemolência, esse tipo de mistura cai como uma luva; Bixiga 70 mantém o nível magnífico e além do ritmo contagiante do afrobeat, os caras fazem uns dubs animais — uma espécie de remix que se utiliza a mesa de som como instrumento que tem como característica principal os ecos & delays e marcação forte no baixo & bateria (e como o afobeat tem uma mega bateria e uma baixo nervoso, o esquema fica finíssimo!).</p>
<h3><a href="http://bonifratemusic.wordpress.com/">Bonifrate · Um futuro inteiro</a></h3>
<p>Bonifrate é vocalista do Supercordas, banda bixo-grilo do Rio de Janeiro. O disco não larga muito dessa bixo-grilice, mas trabalha com texturas diferentes adicionando outras cordas, como o violino, além das já tradicionais guitarras. Bonifrate caminha ainda por outros terrenos, arriscando por sambinhas e canções mais típicas de cantor solo.</p>
<h3><a href="http://www.cicero.net.br/">Cícero · Canções de apartamento</a></h3>
<p>Cícero é um carioca que faz um roquenrol muito parecido com as marchinhas de carnaval. A comparação com Los Hermanos é inegável, não sei se pela melancolia, ou pelo alto nível de sambas tristes a la Nelson Cavaquinho, Cartola e Lupicínio Rodrigues — talvez pelos dois.
Além dos arranjos animais, com um sutil uso da guitarra em momentos essenciais, Cícero carrega suas letras com uma alta dose de figuras e metáforas que deixam seu cérebro rodando a mil.</p>
<p>O imaginário carioca, assim como nos antigos bossa-novistas, se faz presente tanto na música como nas letras de Canções de apartamento.</p>
<h3><a href="http://chinaman.com.br/">China · Moto contínuo</a></h3>
<p>Sou suspeito pra falar do China, curto pacas a cena musical de Recife, e China é um desses caras que surgiu na cena Mangue cantando no falecido Sheik Tosado. China mantém o clima muito brasileiro fazendo belas canções mas sem perder o jeito cosmopolita de se fazer música, é regional e universal sem ser óbvio. As músicas caminham por diferentes estéticas nos arranjos e nas letras, mas mesmo assim o disco consegue ter uma harmonia respeitável.</p>
<h3><a href="http://www.criolo.net/">Criolo · Nó na orelha</a></h3>
<p>Criolo é um mc com uns 10 anos de correria no rap, esse era pra ser um disco de despedida, que surgiu por insistência do produtor Daniel Ganjaman. Por acaso, Criolo explodiu (em vários sentidos) com canções que caminham por vários estilos musicais quebrando até a barreira entre canto e rima. Destaque pra canção Não existe amor em SP que é de chorar!</p>
<h3><a href="http://www.karinabuhr.com.br/">Karina Buhr · Longe de onde</a></h3>
<p>Mais uma de Pernambuco, Karina Buhr fez parte do grupo Cumadre Fulozinha que cantava uma mistura de coco, baião e ciranda. Sozinha, ela caminha pelo roquenrol mas a seu próprio jeito. Ainda não digeri bem esse disco, ele tem uma pegada meio pós-punk, meio Pink Floyd, meio coco progressivo. É um disco único e bem aclamado em vários lugares, inclusive fora do Brasil. Vale a ouvida, mas ele exige seu tempo de (in)digestão.</p>
<h3><a href="http://passotorto.com.br/">Passo Torto</a></h3>
<p>Isso é samba em 2011, poesia concreta, temas urbanos com a cara de São Paulo, sem nenhuma percussão e com um time de instrumentistas de peso da cena alternativa de São Paulo. Kiko Danucci, Romulo Fróes, Marcelo Cabral e Rodrigo Campos montam um som nervoso que pega o que há de bom de vários ritmos, desde coisas estranhas até teminhas que grudam no seu cérebro. Um disco supreendente.</p>
<h3><a href="http://umlabirintoemcadape.blogspot.com">Romulo Fróes · Um labirinto em cada pé</a></h3>
<p>Rómulo Fróes faz um samba que só cabe a ele. As melodias podem parecer meio monótonas mas sua voz, que sai do fundo do peito, dá um peso bom pros arranjos entrarem e completarem o que faltava. Esse não é um daqueles discos que sai só com um violão, ele exige o respeito de uma banda que consiga caminhar tranquilamente entre o jazz, o rock, o afrobeat e o samba.</p>
<h3><a href="http://wado.com.br/">Wado · Samba 808</a></h3>
<p>O catarina alagoano sintetiza o que há de bom na música brasileira com esse ótimo disco recheado de participações; gente como Zeca Baleiro, Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Chico César, Curumim, André Abujanra (só pra citar alguns) acompanham Wado no seu universo musical desse neo-samba sintetizadamente orgânico.</p>
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<h3>Menção Honrosa<br />
(discos que não entram nas primícias da lista acima)</h3>
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<p>Radiohead · King of Limbs</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/cfOa1a8hYP8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Metronomy · English Reviera</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/9PnOG67flRA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Warpaint ·The Fool</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/yOFxb0F2F2A" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Mundo Livre s/a · Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/H0_rUfxUCS4" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Autoramas · Música Crocante</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/RiLRsr8AwDk" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>The Roots · Undun</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/zqYFclG1hdw" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Marcelo Camelo · Toque Dela</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Ue5KOrCWE2U" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Kassin · Sonhando Devagar</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/aerNGy5XZR8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Wild Flag</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/8J8n9R8rnB8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Ogi · Crônicas da cidade cinza</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/WTUwWYB5mzY" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Black Keys · El Camino</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/a_426RiwST8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<p>Lykke Li · Wounded Rhymes</p>
<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/oLDHyCkqbuw" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-67291202463385630432011-12-16T10:00:00.000-08:002011-12-16T10:00:02.766-08:00O distúrbio da arte<p>Do jeito que a medicina e esses antidepressivos estão evoluindo, logo eles vão inventar um remédio que ninguém vai precisar mais de arte. Arte tem muito a ver com distúrbio. A minha arte é muito uma coisa patológica. Acho que arte tem muito disso, mas é muito necessária também para os perturbados. E, como falei, cada vez tem mais gente perturbada. Então, cada vez mais, a arte é mais importante para essas pessoas. A arte possibilita um diálogo, muito interno, muito silencioso. Mesmo que seja livro, filme, mesmo que tenha vozes, o dialogo é muito silencioso, muito interno. É muito fundamental. Se me tirassem os meus discos e os meus livros, eu não duraria muito. Acho que essas coisas são muito vitais. Caso isso acontecesse um dia, ia ficar todo mundo querendo trabalhar em banco e feliz com isso, feliz em pegar trânsito, feliz com a eleição. O povo ainda é muito zumbi, a minha esperança é que essa molecada acorde do transe. Tem uma massa muito zumbi aí, que a arte às vezes consegue tirar desse transe. É quando o cara pensa “acho que não é bem isso”, mas aí depois ele volta pro mundo zumbi dele. É isso, eu não tenho ilusão, esperança de mudar nada, mas também não acredito que as coisas sejam sempre o que elas são. É tudo muito transitório. Nenhum império dura muito. Para a nossa existência às vezes parece muito, mas está tudo transitando e se apagando. A gente não vai conseguir guardar muita coisa por muito tempo, se o planeta continuar. Mas sempre vão estar surgindo coisas.</p>
<p class="por">por Lourenço Mutarelli <a href="http://www.riocomicon.com.br/index.php/mutarelli-sintoma-da-doenca-mundial/">em entrevista ao RioComicon</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-56927509205860631612011-12-14T10:01:00.000-08:002011-12-14T10:01:00.340-08:00Como contratar um Ilustrador<p>…em sete dilemas simples.</p>
<h3>Dilema Nº1: Foto ou ilustração?</h3><br />
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema1.gif" alt="" width="198" height="105" />
<p>Houve tempo em que toda a publicidade impressa era feita à base de ilustrações. Hoje em dia, depende.</p>
<p>Embora seja no fim das contas uma briga dura, uma ilustração pode por vezes transmitir uma determinada idéia com mais impacto e clareza do que uma fotografia. A ilustração aponta para o lado de dentro do cérebro: ela despe a mensagem de todos os acessórios não-essenciais e concentra-se no que você quer mostrar, dizer, transmitir. Uma incisão sensorial, por assim dizer – coisa cirúrgica.</p>
<p>Uma ilustração pode fazer um mascote melhor, um mapa mais legível, um apelo mais claro. A fotografia abre, a ilustração fecha. Fotografia é amor, ilustração é sexo – o que também quer dizer que podem idealmente conviver uma com a outra sem maiores problemas.</p>
<h3>Dilema Nº2: Qual estilo?</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema2.gif" alt="" width="140" height="103" />
<p>Há os ilustradores que especializam-se num estilo ou dois e há os renascentistas – que querem abraçar o universo e exploram mútliplas possibilidades de estilo e de materiais empregados. O melhor ilustrador é o cara que consegue lidar com o estilo apropriado à sua mensagem e ainda deixar a coisa com um sabor único e muito pessoal.</p>
<p>Uma xilogravura, um bico de pena, uma aquarela, uma pintura a óleo ou um desenho a pastel? Cada mensagem exige o seu próprio estilo; um ilustrador confiável pode ajudá-lo a encontrar o estilo apropriado para a sua mensagem ou confirmar as suas suspeitas, se você já tiver alguma.</p>
<h3>Dilema Nº3: Copyright – ou, <br />
de quem é e pra quem fica?</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema3.gif" alt="" width="180" height="92" />
<p>A não ser que fique estabelecido no contrato, o ilustrador permanece dono dos direitos de reprodução (copyright) do trabalho que faz. Você em geral compra o direito de usar determinada ilustração por determinado período de tempo e com determinado propósito. Se o tempo de uso previsto for prolongado, ou se você pensar em utilizar a mesma ilustração em outro meio, deve voltar ao ilustrador para discutir uma nova remuneração.</p>
<p>Exceções importantes são personagens, ilustrações de embalagens e mascotes, cujos direitos de reprodução um contrato deve prover que permaneçam para sempre com você. Fazer diferente pode ser arriscado.</p>
<p>O ilustrador pode ainda exigir crédito: ou seja, que em algum lugar junto da ilustração, onde quer que ela seja usada, uma pequena frase ou assinatura mostrem que foi ele que fez.</p>
<h3>Dilema Nº4: Quanto custa?</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema4.gif" alt="" width="106" height="97" />
<p>Digamos que vale mais do que você vai acabar pagando.</p>
<p>Dito de outra forma, uma peça é em geral orçada a partir de dois critérios básicos: (1) complexidade e (2) aplicação.</p>
<p>(1) A complexidade depende do meio empregado (bico-de-pena, aquarela, pintura a óleo) e do grau de realismo da ilustração. Quanto maior o realismo, maior a complexidade.</p>
<p>(2) A aplicação mede onde você vai usar a ilustração que está pedindo. Aplicação restrita é usar a ilustração somente numa embalagem, numa capa de livro ou num cartão de visitas. Aplicação ampla é usar a ilustração no seu produto, em cartazes na sua empresa e numa campanha publicitária com direito a outdoor, peças de jornal e revista e inserções na televisão em rede nacional.</p>
<p>De modo geral, quanto menor a complexidade e menos ampla a aplicação, menos você tem de pagar.</p>
<p>
<h3>Dilema Nº5: O preço da pressa: o fator “para-ontem”</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema5.gif" alt="" width="123" height="91" />
<p>A pressa é inimiga da negociação – uma ilustração feita para ontem pode custar muito mais caro do que, digamos, uma para amanhã. Dependendo do tamanho da pressa e do projeto, um ilustrador pode sentir-se à vontade para cobrar até 50% a mais do que cobraria em condições normais de temperatura e pressão. Você também é, naturalmente, livre pra procurar outro ilustrador que se submeta às suas exigências.</p>
<h3>Dilema Nº6: Como saber se vai ficar como eu quero?</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema6.gif" alt="" width="155" height="102" />
<p>Em primeiro lugar, um ilustrador confiável vai saber dizer se o que você quer é realmente o que você precisa. Ouça o cara.</p>
<p>Dito isso, especialmente em se tratando de projetos grandes e custosos, o ilustrador pode requerer pelo menos uma remuneração parcial pelo trabalho que teve, caso você volte atrás no pedido ou resolva não aprovar a coisa.</p>
<p>Em geral, no entanto, você só paga pelo que aprova.</p>
<p>Para evitar a rejeição é fundamental um briefing bem passado – isso é, ilustrador e cliente conversarem até à plena satisfação sobre o que é preciso ser feito, como e quando. Se você aprovar o esboço que o ilustrador fez depois dessa conversa, e se ele se mantiver fiel ao esboço, espera-se que você aprove e pague.</p>
<h3>Dilema Nº7: Qual é o trâmite?</h3>
<img src="http://www.e-brabo.com/v1/images/como/dilema7.gif" alt="" width="125" height="97" />
<p>Como tudo no mundo, a coisa começa com uma conversa sem compromisso. Você e o ilustrador conversam, discutem estilo, complexidade e aplicação e ele fica de te mandar um orçamento. Aprovado o orçamento e o prazo, o ilustrador faz um esboço do que tem em mente e manda pra você aprovar. Aprovado o esboço, o ilustrador faz o que você pediu, manda o trabalho (espera-se, dentro do prazo) e você (espera-se) aprova.</p>
<p>Você ou a sua agência de propaganda pagam o ilustrador, usam a imagem dentro dos limites combinados e ficam ricos e famosos.</p>
<p>Depois todo mundo se encontra pra tomar um cafezinho ou receber algum prêmio numa festa em que ninguém quer ir.</p>
<p>É o preço da fama.</p>
<p class="por"><a href="http://www.baciadasalmas.com/como-contratar-um-ilustrador/">Texto e ilustrações</a> do genial Paulo Brabo</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-70586638660005766112011-12-12T10:00:00.000-08:002011-12-12T10:00:08.034-08:00Da sans pra Serifada<p><a href="http://www.flickr.com/photos/typotheque/6459800843/" title="Simulated Fedra Sans (drawn after Serif) by Typotheque, on Flickr"><img src="http://farm8.staticflickr.com/7022/6459800843_40af00b9c0_z.jpg" width="640" height="443" alt="Simulated Fedra Sans (drawn after Serif)"></a></p>
<p>O método tradicional de criar tipos Sans e Serifadas relacionados é começar primeiro com a Serifada e fazer a Sans depois. Serifadas são normalmente mais complexas e contém mais detalhes a serem decididos (como trabalhar com contraste grosso e fino, forma, tamanho da serifa, terminais do traço, etc), então é mais prático tirar alguns complementos do desenho do que adicioná-los.</p>
<p>Fazer a Sans primeiro e criar a Serifada depois é mais aventuroso, porque você tem que repensar o conceito do design. As relações são mais soltas, só pensar a Gill Sans e a Joanna.</p>
<p>Fedra Sans (topo) foi desenhada em 2001, enquanto a serifada (meio), foi desenhada dois anos depois. Pra uma aula do TypeMedia eu tentei simular como a Fedra Sans ia ser se a Serifada tivesse sido desenhada antes (último exemplo). O desenho da simulação é mais relacionado com a Serifada, mas perde um pouco a angularidade e força do original (que foi desenhada para caber num grid de 9ppem).</p>
<p><b>Conclusão:</b> decidir qual estilo da sua família tipográfica é desenhada primeiro tem impacto no resultado final. O ideal seria que todos os tipos mestre fosse desenhadas ao mesmo tempo para que o todo fosse coerente.</p>
<p class="por">Peter Bilak</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-2478591511653776362011-12-07T10:09:00.000-08:002011-12-15T11:42:47.939-08:00Visão criativa<p>A coisa engraçada sobre uma visão criativa (…) é que requer um conjunto de regras que é quase o oposto de devagar — deliberação cuidadosa que normalmente ordena nossas vidas. Normalmente, eu e você, sentamos em reuniões pra descobrir a melhor maneira de fazer alguma coisa. Isso acontece porque as metas são mais altas quando você já tem uma empresa e uma marca para proteger. Mas quando você não tem nada ainda, essas metas vão pela janela. A coisa mais preciosa que você tem é o momento — a energia que vai desvendar sua visão.</p>
<p>Tenho visto isso em primeira mão ultimamente, com um amigo meu que tem tentado fazer crescer um aplicativo para o iPhone do chão. Enquanto eu busco uma aparência polida e a melhor funcionalidade, os fundadores simplesmente enfatizam no progresso a qualquer custo, mesmo que isso signifique fazer protótipos que são ridiculamente toscos! Enquanto meu instinto é fazer as coisas perfeitas, os fundadores perceberam que a perfeição é algo que só acontece depois que você tem um produto para aperfeiçoar.</p>
<p>Essas máximas são mesmo super concisas e abrem o caminho para reafirmar um dos princípios fundadores do chamado Design Thinking*: A ideia de criar protótipos assim que possível e falhar o mais rápido que possível para que você possa evoluir para algo fenomenal. Isso não significa que você precisa falhar publicamente, mas falhas devem ser cometidas e não só pensadas. <em>Get it done!†</em></p>
<p class="por"><a href="http://www.fastcodesign.com/1665527/infographic-of-the-day-13-rules-for-realizing-your-creative-vision">Cliff Kuang</a>, fundador da Co.Design</p>
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<p>* O que chamam por aí de Design Thinking eu costumo de chamar de processo criativo, resolvi por estilo de vida tomá-los como sinônimo…</p>
<p>† Algo que pode ser traduzido como Tenha isso pronto ou Faça alguma coisa, acho que é expressão muito forte que não achei como trazer para o português</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-66333487441210198842011-12-05T09:12:00.000-08:002011-12-05T09:12:07.808-08:00Allan Moore e as máscaras do Occupy<p align="center"><img src="http://news.bbcimg.co.uk/media/images/56156000/jpg/_56156973_mask_comp_reuters624.jpg" alt=""></p>
<p>“Eu acredito que quando estava escrevendo <i>V de Vingança</i> eu iria, secretamente no fundo do meu coração, pensar: não seria ótimo se essas ideias realmente tivessem algum impacto? Então quando você começa a ver que a fantasia ociosa se introduz no mundo real… É peculiar. Parece que um personagem que criei 30 anos atrás de alguma forma escapou do mundo da ficção.”</p>
<p>“E quando você vê um mar de máscaras do V, eu suponho que isso faz com que os manifestantes pareçam um mesmo organismo, esse 99% que a gente ouve tanto. Isso, em si, já é formidável. Eu posso ver porque os manifestantes se apegaram a isso.”</p>
<p>“Isso transforma os protestos em performances. A máscara é muito poética; ela cria um senso de romantismo e teatralidade. Digo, protestar, marchas de protesto, elas podem exigir muito, bem cansativas. Podem nos deixar bem abatidos. São coisas que tem que ser feitas, mas isso não significa que são tremendamente agradáveis — o que na verdade, elas deveriam ser.”</p>
<p>“Penso que é apropriado que essa geração de manifestantes tenha feito sua rebelião para uma coisa que o grande público possa se engajar (…). Essas pessoas estão se divertindo. Isso passa uma tremenda mensagem.”</p>
<p class="por">Alan Moore falando sobre o uso das máscaras do personagem <em>V</em> nos protesto do movimento Occupy em volta do mundo.</p>
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<p>Esses trechos, tirei <a href="http://www.guardian.co.uk/books/2011/nov/27/alan-moore-v-vendetta-mask-protest">de uma reportagem que saiu no Guardian</a>. De alguma forma, acredito que isso, esse símbolo, é design levado até as últimas consequências, não como prostituta do mercado, mas como ferramenta de mudança, uma mudança que realmente faça diferença…</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-27372656189880045942011-12-01T13:59:00.000-08:002011-12-01T13:59:57.657-08:00A ciência, as letras e as artes<p>Enquanto o governo e as leis suprem segurança e bem-estar aos homens reunidos, a ciência, as letras e as artes, menos despóticas e talvez mais poderosas, estendem guirlandas de flores sobre as cadeias de ferro que eles carregam, sufocam-lhes o sentimento da liberdade original para a qual pareciam ter nascido, fazem-nos amar a sua escravidão e formam o que chamamos de povos policiados.</p>
<p>A necessidade ergueu os tronos, as ciências e as artes os consolidaram. Poderosos da terra, amai os talentos, e protegei aqueles que os cultivam. Povos policiados, cultivai-os; felizes escravos, vós lhes deveis este gosto delicado e fino de que vos vangloriais, essa mansidão de caráter e essa urbanidade de costumes que tornam tão ameno e fácil o trato entre vós; em suma, a aparência de todas as virtudes, sem que se possua nenhuma delas.</p>
<p class="por">J. J. Rousseau, em seu Discurso premiado de 1750</p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-34534438635258630692011-11-07T09:15:00.000-08:002011-11-07T09:15:36.492-08:00O valor do inútil *<p>O artista é o criador de coisas belas. Revelar a arte e conciliar o artista é o objetivo da arte. O crítico é aquele que consegue traduzir de outro modo ou com um novo material sua impressão das coisas belas.</p>
<p>A maior como a menor forma de crítica é um modo de autobiografia. Aquele que acha significados feios em coisas belas são corruptos sem charme. Isso é uma falha.</p>
<p>Aqueles que acham significados belos em coisas belas são os cultivados. Para esse há esperança. São eles que elegem para quem as coisas belas significam apenas beleza.</p>
<p>Não existe nada como um livro moral ou imoral. Livros são bem escritos ou mal mal escritos. Isso é tudo.</p>
<p>O desgosto do século IXX pelo realismo é o ódio de Caliban † vendo sua própria face no espelho.</p>
<p>O desgosto do século IXX pelo romantismo é o ódio de Caliban não vendo sua própria face no espelho. A vida moral de um homem forma parte do assunto do artista, mas a moralidade da arte consiste no perfeito uso de um meio imperfeito. Nenhum artista deseja provar nada. Mesmo o que é verdade pode ser provado. Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética em um artista é um maneirismo imperdoável. Nenhum artista deve ser mórbido. O artista pode expressar qualquer coisa. Pensamento e linguagem para o artista são instrumentos de uma arte. Vícios e virtudes são para o artista materiais de uma arte. Do ponto de vista da forma, o tipo de todas as artes é a arte do músico. Do ponto de vista do sentimento, o ofício do ator é o tipo. Toda arte é uma vez superfície e símbolo. Aqueles que vão além da superfície o fazem por seu próprio risco. Aqueles que lêem os símbolos o fazem por seu próprio risco. É o espectador, e não a vida que a arte imita. Diversidade de opiniões sobre um trabalho de arte mostra que o trabalho é novo, complexo e vital. Quando o crítico discorda, o artista está de acordo consigo mesmo. Nós podemos perdoar um homem por fazer algo útil enquanto não admira esse algo. A única desculpa para fazer algo inútil é que alguém a admira intensamente.</p>
<p>Toda arte é inútil.</p>
<p class="por">Oscar Wilde, no prefácio de The Picture of Dorian Gray</p>
<p>* O título é meu, não do prefácio do livro.</p>
<p>† <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Caliban">Caliban</a> é um dos principais antagonistas da peça A Tempestade de William Shakespeare. Ele é o único humano que não foi presenteado com a forma humana sendo referido como uma espécie de monstro.</p>
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<p>Leia também:</p>
<p><a href="http://viverimpreciso.blogspot.com/2011/04/desimportancia-do-design.html">A desimportância do design</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6662470697303516097.post-71942456354146757462011-10-20T05:54:00.000-07:002011-10-20T05:54:16.587-07:00A tipografia e a visitação a outros países<p>Todo lugar tem um dialeto tipográfico assim como na fala. E além de ser interessante, isso ainda pode nos ensinar uma coisa ou outra. Americanos podem aprender com os ingleses, por exemplo, parar de serem bobinhos sempre colocando suas citações dentro da pontuação. O mundo “civilizado” do Oeste pode aprender com a Índia ou a América Latina que cartazes pintados a mão são sempre mais interessantes que plástico, caixas lumninosas com letras de vinil.</p>
<p class="por">Stephen Coles para <a href="http://blog.listgeeks.com/2011/10/18/feature-16-stephen-coles/">List Geeks</a></p>Gustavo Neringhttp://www.blogger.com/profile/06315253009032563450noreply@blogger.com