4 de outubro de 2011

Um pouco sobre a Univers

No fim do século 20, o trabalho de Adrian Frutiger mudou a visão do desenho de um único tipo para o desenho de todo um sistema tipográfico, vendo o desenho da família tipográfica como um espaço contínuo definido por dois eixos; largura e peso. A fundidora Deberny & Peignot lançou a obra prima de Frutiger, Univers, em 1957 com um sem precedentes de 21 variações. A sistemática e inovadora abordagem de Frutiger eliminou a confusão da especificação na nomeação dos tipos, e talvez tenha sido mais interessante que o próprio desenho das fontes em si. Ele criou um novo sistema com dois dígitos numéricos que referenciavam os estilos, onde o número 5 se referia ao peso básico (romano ou regular) e número seguinte se refere a largura (5 sendo o padrão). Números maiores significavam um aumento da largura ou peso, então enquanto a Univers Regular era Univers 55, Univers Bold era conhecida como Univers 75, e Univers Regular Condensed era Univers 57. O sistema Univers antecipava 9 larguras e 9 pesos (incorporando ainda uma oblíqua, ou uma váriante sans-itálica), ainda que algumas combinações se provaram impossíveis quando colocadas em prática, logo não existe nenhuma Univers 79, ou Black Condensed. Mais pra frente, a Linotype expandiu a família Univers para 63 versões em 1997 — o sistema de nomeação numérica foi expandido para três dígitos para abancar o grande número de variantes da família. Frutiger originalmente imaginou esse sistema para ser usado com outras famílias tipográficas, mas sua convenção numéro sistemática nunca ganhou uma aceitação maior, seja com as fundidoras ou com type designers contemporâneos a Frutiger.

Trecho de «Family planning, or how type
families work»
escrito por Peter Bilak.