5 de dezembro de 2011

Allan Moore e as máscaras do Occupy

“Eu acredito que quando estava escrevendo V de Vingança eu iria, secretamente no fundo do meu coração, pensar: não seria ótimo se essas ideias realmente tivessem algum impacto? Então quando você começa a ver que a fantasia ociosa se introduz no mundo real… É peculiar. Parece que um personagem que criei 30 anos atrás de alguma forma escapou do mundo da ficção.”

“E quando você vê um mar de máscaras do V, eu suponho que isso faz com que os manifestantes pareçam um mesmo organismo, esse 99% que a gente ouve tanto. Isso, em si, já é formidável. Eu posso ver porque os manifestantes se apegaram a isso.”

“Isso transforma os protestos em performances. A máscara é muito poética; ela cria um senso de romantismo e teatralidade. Digo, protestar, marchas de protesto, elas podem exigir muito, bem cansativas. Podem nos deixar bem abatidos. São coisas que tem que ser feitas, mas isso não significa que são tremendamente agradáveis — o que na verdade, elas deveriam ser.”

“Penso que é apropriado que essa geração de manifestantes tenha feito sua rebelião para uma coisa que o grande público possa se engajar (…). Essas pessoas estão se divertindo. Isso passa uma tremenda mensagem.”

Alan Moore falando sobre o uso das máscaras do personagem V nos protesto do movimento Occupy em volta do mundo.



Esses trechos, tirei de uma reportagem que saiu no Guardian. De alguma forma, acredito que isso, esse símbolo, é design levado até as últimas consequências, não como prostituta do mercado, mas como ferramenta de mudança, uma mudança que realmente faça diferença…